ATA DA DÉCIMA OITAVA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 07-12-2001.

 


Aos sete dias do mês de dezembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às treze horas e quarenta e um minutos, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Fortunati, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Juberlei Bacelo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Clênia Maranhão e Nereu D'Avila. Constatada a existência de quórum, o Senhor  Presidente  declarou  abertos  os trabalhos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 3ª Sessão, estiveram os Projetos de Resolução nºs 111 e 112/01. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo discorreu sobre denúncias de irregularidades com relação ao processo licitatório do Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU - para contratação de serviços de coleta de lixo. Também, informou que solicitará o comparecimento do Senhor Darci Campani, Diretor do DMLU, a fim de que Sua Senhoria preste esclarecimentos sobre diversas denúncias de irregularidades nessa entidade. O Vereador Estilac Xavier reportou-se ao pronunciamento do Vereador Sebastião Melo, manifestando-se acerca da aplicação da Lei Federal nº 8.666/93, no que se refere aos cálculos efetuados no processo licitatório do Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU - para contratação de serviços de coleta de lixo e abordando as denúncias relativas ao afastamento do Senhor Presidente da Comissão de Licitação do referido órgão. O Vereador Luiz Braz manifestou-se favoravelmente ao pronunciamento do Vereador Sebastião Melo. Também, reportou-se ao comparecimento do Senhor Darci Campani, Diretor do DMLU, na Comissão de Constituição e Justiça, no dia trinta e um de outubro do corrente e teceu críticas às disposições contidas no Regimento que regem a convocação de autoridade municipais para a prestação de informações sobre assuntos administrativos. Às treze horas e cinqüenta e nove minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Havendo quórum, passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4539/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 111/01,  de autoria da Mesa Diretora, que altera  a Resolução nº 1.533, de 11 de abril de 2001 - que extingue e cria cargos em comissão e funções gratificadas no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre - dando nova redação à  Descrição Sintética e Analítica das Atribuições dos Cargos em Comissão de Coordenador de Relações Públicas e de Coordenador do Cerimonial.

 

PROC. Nº 4540/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 112/01,  de autoria da Mesa Diretora, que altera  a Resolução nº 1.367, de 2 de janeiro de 1998 - que reorganiza os serviços da Câmara Municipal de Porto Alegre, estabelecendo sua estrutura organizacional - mediante extinção da Assessoria de Relações Públicas e Cerimonial, com a criação da Assessoria de Relações Públicas e da Assessoria de Cerimonial; e altera a Resolução nº 1.534, de 11 de abril de 2001, que altera a Resolução nº 1.367/98.

 

O SR. PRESIDENTE: Na sua 3ª Sessão, há o  PR nº 111/01 e o  PR nº 112/01.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volto a esta tribuna, porque já ocupei tempo de Liderança na Sessão anterior, para complementar o raciocínio que vinha desenvolvendo em relação ao DMLU.

Segunda-feira, estou adendando no Tribunal de Contas uma representação que fiz, com uma farta documentação de que essa licitação está eivada de muitos vícios, porque o Sr. Diretor do DMLU veio aqui na Comissão de Justiça e disse que o Presidente da Comissão de Sindicância pediu para sair, porque ia fazer um mestrado. E agora, chegam-me documentos que afirmam que ele foi afastado, porque há uma suspeita de receber propina desse rapaz, que um próprio colega levantou. Até em defesa desse rapaz, temos que averiguar esses fatos. Mas, mais do que isso, estão pagando 39 reais para a empresa CORES, diga-se de passagem, uma das doadoras de campanha do Sr. Tarso Fernando Genro, e agora uma das empresas botou 28 e pouco. Se a questão é o preço, então vão ter que dar o contrato pelo menor preço. Onze reais de diferença por tonelada de lixo. Isso é mais do que uma tonelada de alguns reais por ano. Mais do que isso! O que é mais complicado é que há uma relação extremamente próxima daqueles que prestam serviços no DMLU por meio dos contratos, de prorrogação de contratos, com doação de dinheiro para a campanha do Diretor do DMLU!  Aliás, quem começa  fazendo a maior doação como pessoa física é o dono da CORES! Mas aonde vamos chegar? Por isso, além de levar ao Tribunal de Contas, nós vamos convocar o Sr. Darci Campani para vir a este Plenário. Vejam como o Governo está afobado quando eu falo do Dr. Campani. O Governo, quando eu falo no Dr. Campani, até a campainha dispara, porque os membros do Governo ficam perto da campainha para dizerem “Parem com o lixo!” Mas, quem sabe, o Dr. Campani vem aqui dizer que não recebeu dinheiro da Quero-Quero, da CONSTRUBRAS, não recebeu dinheiro do Dr. Pedro. Está resolvido, porque, lá, ele explicou e não convenceu. Talvez, aqui, ele possa explicar e convencer.

Por isso, para finalizar, segunda-feira, estou entrando com um Requerimento para a oitiva do Sr. Darci Campani neste Plenário. Vou arrolar o questionamento conforme determina. Vou fazer, no final de semana, as perguntas e vou levar ao Tribunal  de Contas um adendamento da nossa denúncia relativa a uma auditoria especial às contas do DMLU nos últimos anos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou usar o tempo de Líder para manifestar-me em relação ao exposto pelo Ver. Sebastião Melo. O Ver. Sebastião Melo tem empregado uma técnica que é de espargir informações sem estarem conectadas, de tal sorte que crie uma nebulosa e uma idéia de que há problemas. Veja o que diz o Vereador: “A CORES recebeu 39 reais e depois uma outra empresa ganhou menos.” Ele só não disse para os que estão ouvindo e os que estão assistindo que uma licitação foi vencida, e uma licitação vencida é uma concorrência em que o concorrente oferece o preço a partir de uma avaliação técnica que considera economicamente viável realizar o serviço. Isso se faz através do BDI, que é um bônus interno onde a capacidade administrativa técnico-operacional da empresa joga. Uma empresa conformada operacionalmente e qualificada pode reduzir o seu BDI sem perder o seu lucro. Confunde então a licitação que ocorreu agora, onde a Empresa CORES não foi vencedora, com a licitação anterior onde a Empresa CORES, regular e legalmente pela Lei nº 8.666, foi vencedora, e depois teve correção dos contratos de acordo com o contrato firmado em pleno direito. Confunde esses elementos para quê? Para criar uma atmosfera de irregularidade. Aí fala do lixo, do tapete, tira o lixo, do que é feito, do que não é feito.

O Vereador é muito sério, e eu o respeito pela sua compenetração e dedicação ao trabalho mas, nesse caso, eu acho que deve se dedicar mais, no conhecimento da Lei nº 8.666, e nos procedimentos estanques que existem entre os processos.

Levanta também, como se fosse novidade para a sociedade gaúcha, porque estão nas prestações de contas, não só do Partido dos Trabalhadores na eleição anterior, como estarão nas futuras, como estão nos candidatos proporcionais aqueles que venderam bônus eleitorais e prestaram suas contas junto ao Tribunal Regional Eleitoral, e aí induz - e aí é que vem o jogo malicioso - que o fato de uma empresa ter contribuído na forma da lei, está na prestação de contas, isso significa que a empresa recebeu favores ilegais e contra a lei para se manter na situação e no status quo. O Vereador não chega a afirmar que houve crime, mas ele fala dos patrocinadores, ele fala da relação estreita e íntima para criar atmosfera de dissídia,  de malícia; não é correto, o Vereador é inteligente e sabe que esse tipo de posição pode até adquirir manchetes aqui ou acolá, mas o que é correto -  e eu penso que ele pode fazer e deve fazer - é convocar a autoridade competente para dar as explicações, arrolar as perguntas, cingir-se a elas, porque é um Secretário convocado pela Câmara, e não há problema nenhum, porque deve esclarecimento a qualquer agente público, assim como os Vereadores vêm aqui, não para sofrer pergunta de qualquer natureza, a qualquer hora, mas em produção escrita e estabelecida. E mais, o Secretário pode, inclusive, vir e ler a sua resposta por escrito, de acordo com aquilo que ele quer responder, confirmando cada palavra que vier a dizer, porque vai ficar registrado.

Então, Ver. Sebastião Melo, que faz questionamentos sobre a Comissão de Licitação, e fez mais, hoje: o mais extraordinário é que  V. Ex.ª conseguiu a proeza de dizer que há uma acusação sobre o Presidente da Comissão de Licitação porque foi afastado, e aí eu perguntei, e ele, diligentemente, e de forma gentil, me  concedeu  o documento. É um documento onde diz  que, em  uma sindicância, um dos entrevistados soube de um boato de que o Presidente  da Comissão foi afastado por motivos de irregularidades. Ora, isso é elemento? Então, deveria ter dito assim: “Inclusive, circunstanciado”; se quisesse falar sobre o fato, circunstanciadamente, deveria ter dito o que ocorreu e que está registrado em documento público, porque foi ouvido um cidadão que assim se manifestou.

Ver. Sebastião Melo, V. Ex.ª pode contribuir melhor com  esta Cidade, porque tem talento e qualidades que são superiores às que foram expostas hoje aqui. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Ver. Sebastião Melo, meu amigo, que tem demonstrado muita competência nas suas intervenções aqui nesta Casa, o Vereador teve a mesma preocupação que nós também tivemos com essa licitação que foi feita no Departamento Municipal de Limpeza Urbana. O Vereador tinha convidado o Diretor para que ele viesse, aqui, no Plenário, e, depois, em conversa com o Ver. Sebastião Melo, dissemos a ele que a maneira  melhor seria por meio de um Requerimento que nós já tínhamos apresentado à Mesa para que o Diretor Darci Campani viesse fazer depoimento numa das Comissões, a Comissão de Justiça. E uma das razões, Ver. Sebastião Melo, é que, quando os Diretores ou Secretários vêm ao Plenário, existem regras que são impostas; V. Ex.ª pode fazer uma pergunta e os Vereadores petistas, normalmente, se inscrevem todos eles para ocuparem os espaços. Apenas nove Vereadores podem se inscrever e, de repente, o que acontece? Acontece que o Diretor dá as respostas e nós não temos direito às réplicas. Então, não adianta trazer Diretor, aqui, no Plenário, porque nunca se esclarece nada. É por isso que eu sou contrário a trazermos qualquer Diretor ou Secretário, aqui, no Plenário, porque, com as regras da Casa, nunca se esclarece nada. Uma, que o PT entra para proteger e ocupar os espaços e, outra, que as próprias regras da Casa impedem que nós possamos fazer as réplicas. E fica, então, valendo a verdade do Diretor.

Nas Comissões, acontece diferente. Nas Comissões, nós temos direito a debater com os nossos convidados e é por isso que eu prefiro sempre as Comissões.

O Diretor Campani veio e ele falou coisas que V. Ex.ª acredita que não ficaram bem esclarecidas. Eu também acho que sim. Então, penso que cabe trazer, mas não trazer para o Plenário, Ver. Sebastião Melo, porque trazer para o Plenário não adianta absolutamente nada. Ele vem aqui e sai como vitorioso. Há que trazê-lo para as Comissões, novamente,  para uma das Comissões.

E digo a V. Ex.ª: um dos maiores problemas que nós vamos ter que fiscalizar está relacionado exatamente com o preço que cobrou essa empresa que tem contrato assinado com as gestões do PT em várias cidades no Rio Grande do Sul. Em Pelotas, por exemplo, é ela quem recolhe lixo. E, de uma maneira mágica, também está ganhando aqui, em Porto Alegre. Só que ela está ganhando aqui, em Porto Alegre, por um preço que os especialistas dizem ser impossível para realizar o serviço: o preço que ela dá é de que custa 28 reais a tonelada. Dizem que é impossível. Se é impossível,  o que deve acontecer, Ver. Sebastião Melo - e é por isso que cabe a nossa fiscalização, bem enérgica - é que o Município deve colocar os seus operários, e os seus caminhões para ajudarem a fazer a coleta do lixo, para que a empresa possa, realmente, conseguir fazer frente às suas dificuldades, e isto não pode, porque, afinal de contas, ela está ganhando para prestar o serviço e ela participou de uma licitação dizendo que por 28 reais ela conseguiria fazer todo esse serviço.

Então, eu penso que a  nossa preocupação deve ser a seguinte: quando essa empresa começar a prestar o serviço aqui em Porto Alegre - porque nem caminhão ela tem ainda para prestar o serviço, e ela está tentando contar com empréstimo internacional para colocar aqui os caminhões -, o que nós devemos fazer é ficar atentos com relação a se ela vai conseguir manter o mesmo padrão de limpeza que há na Cidade hoje.

Se não é boa, não pode piorar, tem de melhorar. Agora, com relação a esse serviço, eu penso que nós, realmente, temos que ficar em cima para ver se o Município acabou fazendo uma mágica correta ao contratar uma empresa por 9 reais  a menos  por tonelada do que a empresa que presta serviço atualmente aqui, na área do Município. Se fez isso, ela está colocando o “ovo em pé”, mas os especialistas dizem que é impraticável, que é impossível, e eu penso que resta esperarmos para poder comprovar se realmente vai ser impossível ou se ela vai conseguir fazer essa limpeza, essa coleta de lixo na Cidade como ela realmente diz que pode fazer, tanto é que participou da licitação e cotou-a em 9 reais abaixo do que é praticado na atualidade o preço da tonelada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convocamos os Srs. Vereadores para a reunião conjunta das Comissões - CCJ, CEFOR e CUTHAB.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 13h59min.)

 

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